TL; DR
tema cítara icônico do terceiro homem foi escolhido pelo diretor do filme Carol Reed porque elogia o diálogo sem dominá-lo; a música é exótica, porém local, e combina com a atmosfera do filme, porque evoca o clima da Viena do pós-guerra e é elusiva, encantadora e misteriosa, assim como a cidade e o próprio personagem titular.
Resposta longa
Eu não diria que o tema famoso de Anton Karas é feliz; na verdade, é difícil de definir. As resenhas daquela época também se esforçaram para definir essa música única - aqui está uma de The New Statesman em 1949 :
What sort of music it is, whether jaunty or sad, fierce or provoking, it would be hard to reckon... that little tune or another little tune sprung from the first, goes nipping away, indefinably. [...] At moments the plucked chords will instil a plangent horror.
Então, como foi o filme? Um artigo sobre a realização do filme descreve como o diretor se deparou com um homem local em Viena que tocou o zither (uma espécie de instrumento de cordas da Europa Oriental) e se apaixonou pelo tema evocativo:
Even though Vienna was the home of the Strauss family, Schubert and Beethoven, Reed was resistant to scoring the film with traditional waltzes. He stumbled upon the solution to his dilemma at a small cafe in Sievering, just outside the city. There, Anton Karas was playing a zither for (and being largely ignored by) the clientele. Impressed by the music, and pleased to observe that it didn't overpower the surrounding conversations, Reed invited Karas to his hotel room to record a sample. He took this recording back to England and played it against the film's dialogue and realized its dramatic potential.
Carol Reed escolheu bem - o tema (assim como o filme) foram grandes sucessos e são lembrados até hoje . Então, e essa música se encaixa muito bem no filme? Acho que este artigo explica bem:
The sounds of Karas’ zither, with its 34 strings and unorthodox “Viennese tuning,” perfectly embody the ruined Austrian capital’s post-war days. The music captures that mixture of old world romance, naked opportunism, and quiet desperation that characterized the then-divided city. Like Vienna, the tune is immediately alluring and attractive, but despite that initial appeal, it hints that something very untoward, very wrong might be happening just out of sight.
E como ele personifica o clima em Viena, o mesmo acontece com a música (frequentemente chamada de "The Harry Lime Theme"): o próprio Harry Lime : um ladino elegante e oportunista vagando pelas ruas e iludindo nossa compreensão .
[P.S. Embora seja apenas periférico, aqui está um pequeno detalhe sobre a gravação atual:]
The recording of the "Harry Lime Theme" was overdubbed with additional layers of Karas's zither, giving the music more texture than a single performance could provide. Having experimented with the acoustic feel of Karas's music, Reed best liked the effect when the musician played beneath the director's kitchen table. According to the film's sound recordist, Barbara Hopkins, Reed's table was brought to the studio to precisely recreate the desired sound.