Que significados mais profundos estão contidos em Harrison Bergeron, de Kurt Vonnegut?

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O conto de Kurt Vonnegut Harrison Bergeron é aclamado por seu simbolismo. Além de seu significado literal, que mensagens mais profundas e figurativas ele transmite - especificamente, em relação ao utopismo?

    
por Purag 28.10.2011 / 02:26

4 respostas

Sempre aceitei que a história era uma metáfora do custo da civilização no indivíduo.

A idéia básica de Harrison Bergeron é que, em um futuro nos EUA, as pessoas são declaradas iguais. Para conseguir isso, pessoas excepcionais são "deficientes". Alguém que é bonito é feito para usar uma máscara feia, uma pessoa strong tem que usar pesos que o tornam efetivamente mais fraco, e uma pessoa inteligente tem um dispositivo que interrompe sua linha de pensamento em momentos aleatórios. Esses dispositivos são obrigatórios por lei. (Está implícito que estes são exemplos, e que existem outros dispositivos semelhantes.)

Considere os mecanismos de "equalização" do mundo real: rampas para cadeiras de rodas, braille em caixas eletrônicos, legendas em programas de TV e assim por diante. A história transforma isso em sua cabeça. Não é menos inteligente ou feio também uma desvantagem? E se decidirmos "punir" o excepcional? Como seria o mundo?

O custo para a civilização no mundo real é que temos que pagar por rampas para cadeiras de rodas em novas construções, comissões de estudos para determinar se os sinais precisam ser acessíveis, e assim por diante. O custo para o mundo confuso em Harrison Bergeron é que a criatividade e a espontaneidade são sufocadas como o custo da igualdade.

(Claro, tudo isso foi escrito antes que uma teoria mais competente se tornasse popular. Eu me pergunto como Vonnegut teria escrito esta história se ele tivesse escrito isso agora?)

    
29.10.2011 / 17:06

Este conto é uma alegoria pertencente ao socialismo e particularmente ao marxismo. O humor irônico dos problemas que existiriam em um mundo que exige igualdade era produto do medo da bomba nuclear durante a Guerra Fria. Esse humor era rotulado de "humor negro" ou "humor negro", presente em muitos trabalhos de Vonnegut, como alívio cômico para os problemas políticos da época.

    
07.07.2013 / 20:47
Não se trata dos males do comunismo, pois o próprio Vonnegut era um marxista fronteiriço. Observe como Harrison Bergeron não vem para libertar todo mundo, ele vem para assumir. A história toda está dizendo que o poder absoluto de um grupo ou de uma pessoa é ruim.

    
20.12.2014 / 22:25
Eu teria que discordar e dizer que tem muito a ver com o marxismo e o comunismo, porque no final Harrison, o rebelde contra esse comunismo que aparece na América, é morto por Diana Moon Glampers, a funcionária que na maioria das vezes corre o governo. Eu acredito que Vonnegut teve o governo comunista vencido no final porque ele era um marxista.

    
12.10.2015 / 23:10