Além da explicação factual do universo, há também a necessidade metafórica. Naquela cena, Obi-Wan temporariamente conseguiu o "terreno alto", uma importante vantagem tática para a esgrima. Ao mostrar uma relutância em matar Anakin, e oferecendo a ele uma chance de redenção, Obi-Wan também assume a alta moral. Obi-Wan é o último cavaleiro branco; ele deve ser galante até o último.
Alguém pode argumentar que ser um cavaleiro jedi implica em tais poses. Possivelmente, Obi-Wan se sente compelido pela Força a fazê-lo; não oferecer essa última chance para Anakin constituiria um passo na direção do lado sombrio. Mas, também, essa exibição exagerada de cavalheirismo é constitutiva da história como um todo; vale a pena dizer.
Nesse sentido, é semelhante ao negócio entre Luke, Vader e o Imperador no final do Episódio VI: enquanto eles lutavam com espadas, os ursos-assassinos estavam minando as tropas imperiais, e a segunda Estrela Negra teria sido destruído independentemente de se Lucas tivesse vencido ou tivesse sucumbido ao lado sombrio. Mas no universo de Star Wars, tudo acontece tanto física quanto espiritualmente. Este é um princípio fundamental de como as coisas funcionam naquela galáxia distante. Sem esse espelhamento entre metáforas e eventos tangíveis, Star Wars seria um mero acúmulo de peripécias; pareceria um episódio de Star Trek (com um orçamento maior).